DECOLONIALIDADE/ ARTES VISUAIS/ DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
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Logo na abertura de A virada decolonial na arte brasileira, a pesquisadora e professora Alessandra Simões Paiva garante haver uma revolução em curso no campo das artes. E os fatos e tendências que apresenta em seu livro não deixam dúvida – em dez artigos, a autora nos ajuda a compreender o fenômeno da decolonialidade, destacando obras e artistas de grupos sociais historicamente minorizados que estão se tornando vanguarda. Se as iniciativas que vêm sendo projetadas na esfera federal envolvendo os povos originários, as pessoas negras, as mulheres, a população periférica tencionam mudanças estruturais em nossa sociedade, o livro mostra que na arte essa construção avança de forma avassaladora.
Segundo Alessandra, o movimento decolonial indica uma grande mudança de paradigma na arte produzida no Brasil e no mundo, acompanhada de uma urgente necessidade de reparação histórica diante do apagamento de experiências e memórias desses grupos, que estiveram sempre à margem do mercado artístico. Em seu livro, ela ressalta nomes como Denilson Baniwa, Kássia Borges, Coletivo Kókir, Ventura Profana, Paulo Nazareth, Renata Felinto, Aline Motta, Jota Mombaça e Castiel Vitorino, além do indiscutível legado de Jaider Esbell. São artistas cujas poéticas enfatizam questões ligadas a raça, etnia, classe, gênero e geopolítica.
Com um projeto gráfico diferenciado, assinado pela designer Cintia Belloc, o livro traz em sua capa o grande painel artístico de Denilson Baniwa intitulado O sopro do maliri. A obra se distribui não só na parte externa, como é habitual, mas também na parte interna da capa e orelhas, permitindo que leitor aprecie integralmente esse trabalho de Baniwa ao manipular o livro.
A virada decolonial na arte brasileira condensa a profunda dedicação acadêmica de Alessandra Simões Paiva ao tema. Uma das pioneiras e mais importantes pesquisadoras a detectar os meandros do movimento decolonial no Brasil, a autora alerta: não há como fugir dessa virada de página na história da arte.
A VIRADA DECOLONIAL NA ARTE BRASILEIRA Alessandra Simões Paiva
Alessandra Simões Paiva atua como crítica de arte há 25 anos. Depois de uma década escrevendo sobre artes visuais na grande imprensa e nos meios especializados, partiu para a carreira acadêmica, mantendo sempre a prática da escrita de forma bastante assídua. Atualmente, é professora adjunta na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), docente nos Cursos Bacharelado e Licenciatura Interdisciplinares em Artes e suas Tecnologias e no Programa de Pós-Graduação em Ensino e Relações Étnico-Raciais. Desde 2019, é coordenadora de Gestão da Extensão na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFSB. É mestre pelo Programa Interunidades em Estética e História da Arte e doutora pelo Programa Interunidades Integração da América Latina, ambos da Universidade de São Paulo (USP). Iniciará em 2023 estágio de pós-doutoramento para realização do projeto Revolução Pelas Margens: a Virada Decolonial no Sistema da Arte Brasileira, com supervisão da professora doutora Thea Pitman, na Universidade de Leeds, Inglaterra. Integra a Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), a Associação Internacional de Críticos de Arte (Aica), a Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (Anpap) e a Rede Europeia de Brasilianistas de Análise Cultural (Rebrac). Escreve para a revista ArtNexus. É pesquisadora nos grupos Recepção Estética e Crítica de Arte (USP) e Pesquisas Avançadas em Materialidades, Ambiências e Tecnologias (UFSB). Ganhou em 2012 o Prêmio Jovem Crítica Aica e em 2023 o Prêmio Sérgio Milliet (destinado a pesquisadores por trabalho de pesquisa publicado).
A virada decolonial na arte brasileira
Alessandra Simões Paiva
2022
1a edição
13,5 x 19 cm
240 páginas
Projeto gráfico: Cintia Belloc
Arte de capa: Denilson Baniwa
ISBN: 978-65-86638-31- 8